É uma zoonose, de grande
importância social e econômica, por
apresentar elevada incidência em
determinadas áreas, alto custo hospitalar e
perdas de dias de trabalho, como também por
sua letalidade, que pode chegar a até 40%
dos casos mais graves.
A leptospirose apresenta
distribuição universal. No Brasil, é uma
doença endêmica tornando-a epidêmica em
período chuvoso, principalmente em centros
urbanos maiores, devido à aglomeração
populacional de baixa renda, em condições
inadequadas de saneamento, e à alta
infestação de roedores infectados (BRASIL,
2005).
Os animais são os
reservatórios essenciais para a persistência
dos focos da infecção, que pode ser
encontrado em roedores e outros mamíferos
silvestres, atingindo animais domésticos
(cães, gatos) e outros de importância
econômica (bois, cavalos, porcos, cabras,
ovelhas). Esses animais, mesmo quando
vacinados, podem tornar-se portadores
assintomáticos e eliminar a L.
interrogans junto com a urina.
O rato de esgoto (Rattus
novergicus) é o principal responsável
pela infecção humana, em razão de existir
em grande número e da proximidade com seres
humanos. A L. interrogans
multiplica-se nos rins desses animais sem
causar danos, e é eliminada pela urina, às
vezes por toda a vida do animal. O homem é
infectado casual e transitoriamente, e não
tem importância como transmissor da doença.
A transmissão de uma pessoa para outra é
muito pouco provável (CIVES, 2006).
A L. interrogans
eliminada junto com a urina de animais
sobrevive no solo úmido ou na água, que
tenham pH neutro ou alcalino. Não sobrevive
em águas com alto teor salino. A L.
interrogans penetra através da pele e de
mucosas (olhos, nariz, boca) ou através da
ingestão de água e alimentos contaminados. A
presença de pequenos ferimentos na pele
facilita a penetração, que pode ocorrer
também através da pele íntegra, quando a
exposição é prolongada (CIVES, 2006).
O quadro clínico da doença
apresenta-se de maneira diversa, com quadros
leves, moderados e graves, podendo até levar
ao óbito. A maioria das pessoas infectadas
pela Leptospira interrogans
desenvolve sintomas discretos ou não
apresenta manifestações da doença. As
manifestações da leptospirose, quando
ocorrem, em geral aparecem entre 2 e 30 dias
após a infecção (período de incubação médio
de dez dias).
As manifestações iniciais
são: febre alta de início súbito, sensação
de mal estar, dor de cabeça constante e
acentuada, dor muscular intensa, cansaço e
calafrios. Dor abdominal, náuseas, vômitos e
diarréia são freqüentes, podendo levar à
desidratação. É comum que os olhos fiquem
acentuadamente avermelhados e alguns doentes
podem apresentar tosse e faringite. Após
dois ou três dias de aparente melhora, os
sintomas podem ressurgir, ainda que menos
intensamente (BRASIL, 2005).
O risco de transmissão pode
ser reduzido nos centros urbanos através da
melhoria das condições de infra-estrutura
básica (rede de esgoto, drenagem de águas
pluviais, remoção adequada do lixo e
eliminação dos roedores). A limpeza e
dragagem de córregos e rios são medidas
fundamentais para reduzir a ocorrência de
inundações.
Referências Bibliográficas
BRASIL. Ministério da
Saúde. Fundação Nacional de Saúde.
Centro Nacional de Epidemiologia.
Guia de vigilância epidemiológica.
5 ed.
Brasília, 2005.
CIVES. Centro de
Informação em Saúde para Viajantes.
Faculdade de Medicina. Universidade
Federal do Rio de Janeiro. Disponível
em: <www.cives.ufrj.br/informacao/viagem/infeccoes.html>.
Acesso em: 18 set. 2006
MURRAY,P; ROSENTHAL, K.;
KOBAYASHI, G.; PFALLER, M.
Microbiologia Médica. 3 ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.
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