A Malária
é uma doença de conhecimento médico
(Hipócrates, 460-370 a.C.) e popular desde
épocas remotas, ocorrendo em grandes áreas
da Europa, Ásia, África, Oceania e América.
O termo malária é de origem italiana, pois
os médicos locais afirmavam que a malária
era adquirida ao se respirar o ar pestilento
dos pântanos (mal ária, ou mau ar). Outras
denominações dessa doença são: paludismo,
impaludismo, febre palustre, maleita, sezão
e tremedeira.
De acordo
com a Organização Mundial de Saúde, a
malária é reconhecida como grave problema de
Saúde Pública no mundo, ocorrendo em mais de
40% da população de mais de 100 países e
territórios. Sua estimativa é de 300 a 500
milhões de novos casos, e 1 milhão de mortes
ao ano (BRASIL, 2005).
No Brasil,
aproximadamente 99% dos casos de malária, se
concentram na região amazônica. Esta é
composta pelos estados do Acre, Amapá,
Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará,
Rondônia e Tocantins. A região é considerada
a área endêmica do país para malária. A
maioria dos casos ocorre em áreas rurais,
mas há registro da doença, também, em áreas
urbanas. Mesmo na área endêmica, o risco de
contrair a doença não é uniforme.
A malária é
causada por protozoários do gênero
Plasmodium e cada uma de suas espécies
determina aspectos clínicos diferentes para
a enfermidade. No caso brasileiro,
destacam-se três espécies do parasito
infectante: o P. falciparum, o P.
vivax e o P. malarie. O
protozoário é transmitido ao homem pelo
sangue, geralmente pela picada da fêmea do
mosquito Anopheles ou, mais
raramente, por outro tipo de meio que
coloque o sangue de uma pessoa infectada em
contato com o de outra sadia, como o
compartilhamento de seringas (consumidores
de drogas), transfusão de sangue ou até
mesmo de mãe para feto, na gravidez (BRASIL,
2005).
A distribuição
geográfica do Plasmódio está intimamente
ligada à presença do vetor e este, por sua
vez, é dependente da geografia ambiente,
incluindo tipo de terreno, vegetação, índice
de pluviosidade, temperatura, umidade
relativa do ar, e muitas vezes, da ação dos
humanos sobre o meio ambiente (formação de
lagos, sistemas de irrigação, minerações
etc.).
O quadro
clínico típico é caracterizado por febre
alta, acompanhada de calafrios, sudorese
profusa e cefaléia, que ocorrem em padrões
cíclicos, dependendo da espécie do parasito
infectante.
O movimento
migratório desordenado dificulta o controle
da malária, permitindo um enorme afluxo de
pessoas não-imunes para áreas de alta
transmissão. Além disto, permite o refluxo
de indivíduos com a infecção para regiões
onde a transmissão da malária fora
interrompida. Todo caso de malária deve ser
notificado às autoridades de saúde, tanto na
área endêmica, quanto na área não endêmica.
Referências Bibliográficas
BRASIL. Ministério da Saúde.
Fundação Nacional de Saúde. Centro Nacional
de Epidemiologia.
Guia de vigilância epidemiológica.
5 ed.
Brasília, 2005.
CIVES. Centro de Informação
em Saúde para Viajantes. Faculdade de
Medicina. Universidade Federal do Rio de
Janeiro. Disponível em: <www.cives.ufrj.br/informacao/viagem/infeccoes.html>.
Acesso em: 18 set. 2006
MURRAY,P; ROSENTHAL, K.;
KOBAYASHI, G.; PFALLER, M. Microbiologia
Médica. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2000.
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